“Fazer o que ama é maravilhoso, mas somente quando coincide com a sabedoria.”
Incrível como alguns termos surgem e dominam o vocabulário de muitos em pouco tempo. A economia da paixão é o novo hit, assim como é também um termo novo para situações que sempre estiveram em pauta. Economia da paixão consiste em focar no seu propósito como combustível para projetos e conseguir tirar proveito e ganhos a partir do que você ama. Sim, fazer o que ama e ganhar dinheiro com isso, sem tirar da equação impactar pessoas. Concordo.
Mas minha reflexão aqui é um pouco inversa. Você possivelmente vai achar cursos com este nome, isca para os incautos. Nem sempre o conselho dos nossos pais foi este: “seja feliz e faça o que ama”, pelos menos não para as gerações anteriores, X principalmente, onde o rumo era “fazer ou fazer” e se possível se tornar um engenheiro, advogado ou médico; profissões clássicas que balizavam e ainda balizam o senso coletivo de sucesso.
Creio que os millenials, nascidos entre 1982 e 1994, foram os primeiros a experimentar esta lucidez dos pais que deram mais tempo ao seus filhos, resultado da pressão que sofreram em sua época. Fazer o que ama é maravilhoso, mas somente quando coincide com a sabedoria, afinal fazer o que se sabe sempre foi mais produtivo e eficaz. Eu por exemplo, amo cozinhar mas não sei e, com certeza, não geraria impacto algum nas mesas dos brasileiros se resolvesse atuar na gastronomia. E sobre o conceito de “amar o que faz”? Sabemos que o amor é temperado por vários aspectos e ainda pode ser finito. De onde vem esse autoconhecimento e planejamento para saber o que eu amo e ainda como fazer disso um negócio? Acreditem, talento e intuição são as bases para tomadas de decisão desse porte. Que o talento seja sempre presente, que a intuição nunca saia da equação mas que isso venha junto com metas, planos, pesquisas, estudos e principalmente conhecimento.
Extraído da revista Licensing 108
