Chocolate também é brinquedo?

Toda conversa sobre consumo transita por compreender comportamento e hábitos e, por este motivo, passa a ser uma conversa sobre gerações. Cansa um pouco, confesso, mas se o público-alvo são os jovens, senta que lá vem história.

As gerações mais novas, famosas por sua maior ênfase em saudabilidade, podem fazer com que datas tradicionais se tornem ricas fontes de oportunidades para diversos nichos, sendo a geração Alfa reconhecida por sua grande influência nas tomadas de decisões da família. Considerem a Páscoa, por exemplo; já imaginaram se parte do incremento de vendas que a categoria chocolate tem (em torno de 17%) fosse direcionado para produtos mais educativos ou mais criativos? Todos brigam por atenção em datas “commodities”: Natal, Dia das Crianças, entre outras… e uma atitude inusitada pode se tornar destaque em comunicações e promoções de brinquedos em meio a tanto doce.

“Somente 5% das vendas durante a Páscoa são de brinquedos e apenas
4% são de livros”

De acordo com a pesquisa proprietária da @hibou_insights de 2023, em todo território nacional, 60% dos brasileiros compram chocolate na Páscoa e só 5% compram brinquedos. Não dá pra negar que existe uma verba (e uma oportunidade) para migrar a atenção do consumo para outras categorias. Ainda na mesma pesquisa, 4% das vendas nesta época são livros, e gigantes 35% das vendas são produtos de categorias diversas.

Vendo por este lado a categoria de brinquedos e papelaria poderia ser mais criativa e navegar numa verba grande, entrar numa consciência tranquila dos familiares e ainda sair por cima no quesito utilidade. Nada contra chocolates, não disse isso; afinal, adoro morder uma casaca de ovo, mas fica aqui meu registro criativo de como gerar demanda e brigar por uma fatia de outra categoria. E que tal inverter a lógica?

Compre um brinquedo ou um caderno e ganhe um chocolate. Licenciamentos podem ser gerados na contramão da data. A Páscoa pode continuar doce sem tanto chocolate, não é mesmo? Afinal descobrir o ninho, a surpresa ou esperar o famigerado coelho tem tanta tradição que o presente pode ser diverso (e mais divertido).

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